Assim como ocorreu em edições anteriores, o Festival Varilux de Cinema Francês de 2018 foi um sucesso de público e, mais uma vez, movimentou a programação cultural em Sergipe neste mês de junho. O evento foi realizado na capital sergipana com o apoio da Aliança Francesa de Aracaju, em parceria com a Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju). A programação encerrada na quarta-feira (20/6) trouxe para as salas de exibição 21 filmes, sendo 20 longas-metragens da nova safra da cinematografia francesa.
Para a crítica de cinema e professora Suyene Correia Santos, o Festival é uma vitrine para a produção contemporânea do cinema francês. “A edição deste ano foi muito boa. O Festival trouxe filmes com temáticas diversas com o objetivo de proporcionar ao público uma programação com vários gêneros”, disse ela ao destacar o longa-metragem “ O amante duplo”, filme escolhido para abertura do Festival em Aracaju. “O filme tem pegada psicanalítica e demanda vários debates. Cada expectador é tocado pelo filme de forma diferente. Trama bastante engenhosa. O diretor, Ozon é muito versátil. Ele já fez musical, drama, melodrama”, analisa.
- ” Custódia”
- Clássico “Z”
- “O amante duplo”
Outro destaque foi o clássico ‘Z’. Tendo como trama principal o assassinato de um político liberal (Yves Montand), simulando um acidente, é retratado o caso Lambrakis. Ato acontecido, na Grécia, no início da década de 60, no qual a investigação sobre a morte do político foi, escandalosamente, encoberta por uma rede de corrupção e ilegalidade pela polícia e pelo exército. ‘Z’ foi o primeiro filme a ser indicado na categoria melhor filme estrangeiro no Oscar, em 1970. Recebeu, ainda, três outras indicações, nas categorias de melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro adaptado. No Festival de Cannes, em 1969, recebeu o Prêmio do Júri e o de melhor ator para Jean-Louis Trintignant. Z também foi indicado à Palma de Ouro.
Para Suyene Correia, ‘Custódia’ foi o melhor filme do Festival. Esse primeiro longa-metragem de Xavier Legrand se encontra entre o documentário, o filme social e o suspense, que congela o sangue e atinge o coração. “Um filme que se utiliza dos aparatos cinematográficos para colocar em seu discurso a questão da violência doméstica e seu constante assombro, uma obra que trata como deve tratar um relacionamento abusivo”, ressalta ela.